O CLAMOR DOS ANOS

 

E lá se vão os dias, poeira e vendavais
Já não somos os mesmos num instante
Lapida-nos o tempo, somos diamantes!
Arados pela dor, aos sóis, aos temporais

Dias de alegria- girassóis e cata-ventos!
Em outros, descem rios pelos olhos
Ontem colhemos flores, hoje abrolhos
Moinho...Sertão árido, tormentos...

E se com tudo, o poema puder evoluir
Cantar novas odes, aprender a dança
Já não terá sido em vão este parco existir!

Porque, filhos das horas que nos tecem
Guardiões dos apanhadores de sonhos
Ave ao verso, rendas que não perecem!