O FINGIR DO POETA

 

Inqueri-me se sinto tudo o que escrevo
Quando sangro nas estrofes do poema
Amo até mais intensamente do que devo
Em loucas aventuras deslizo a pena...

Na rima posso ser ousada ou penar
E rimo corpos suados com lassidão
Ainda não há limites para versejar
A poesia que abrigo n'alma e coração!

Do meu teclado corro vales e mundos
Dependuro-me em Arcturus e sonho
Com seus olhos verdes e profundos.

Trago aos versos riso ou melancolia...
Se finjo tudo? _ Nem sempre, suponho
Mas se sou poeta, faço então poesia!