TEUS DESLIZES

 

Sinto saudades do que de ti nunca tive
De rompantes de paixões desenfreadas
Batendo na minha janela nas madrugadas
Qualquer coisa que me prenda, cative…

Queria de ti buquês de margaridas brancas
Versos de amor, ainda que mal escritos
Confessando-me aos ouvidos desejos restritos
Em conversas íntimas, ternas e francas.

Mas tudo o que ganho é esta fria isenção
Apenas o apego carnal, o gozo fortuito
Favores, o toque seco da alma e o coração

E ainda o quero, sabedora dos teus deslizes
Perdoando-te e ainda me fazendo tua
Cativa do que calas e do que Nada me dizes!