SONETO DA FELICIDADE
Por uma tal felicidade, matéria de raro valor
da vida penhora-se os dias e as horas
ao tempo se faz o mais forte louvor
espera-se em vida alcançar suas glórias
Não sabe-se ao certo se ela é real
nem sabe-se dela à quem se destina
se é devaneio, se é bem vital
ou trata-se apenas de uma bela sina
Ser feliz é luz, é brilho que a tudo ofusca
felicidade plena é sonho de vida
não há contento em pequenos bocados
passa-se todo o tempo nessa gana atrevida
perde-se todo o viço pelo sonho trocado
e não se atina que tanto (dela) perdeu-se na busca