Amor selvagem

Depois de tudo aquilo que fizemos,

parece que de nada adiantou.

Porque, querida, amor não restou,

e além do rancor, nada mais temos.

Agora, enfim, que tanto padecemos,

teu peito, que era fogo, fez-se gelo.

Pergunto-me se foi dum pesadelo

que deste amor enlouquecemos!

Logo, tão-só, rasga a ferida exposta

deste amor tão brando e selvagem...

nos resta a mágoa sobre a mesa posta!

Para a ferida, que não há bandagem,

para nosso amor, que não há resposta,

tudo que fica torna-se bagagem.

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 21/02/2024
Código do texto: T8004042
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