O último Heleno

Tão fácil é para a chama resistir

Quando o furacão ainda é vento ameno

Mas há sempre o dever do devir

O bem maior, tão gracioso veneno

A angústia do eterno porvir

Dilacera-me desde muito pequeno

E às vezes louco começo a rir

Será que sentiu-se assim o último Heleno?

De que vale os amigos dos tempos de paz?

Num piscar de olhos não olham para trás

Então a fuga e traição vêm sem demora

Eu já há muito sei que você vai

Vai me trair, pois é aquele que trai

Desta vez me avise quando for embora