SERTANEJO
Tal qual o boi que do rastro se perdeu,
tal qual a lenha sem fogo na caldeira,
sou gemido dolente da porteira
sou estória que o tempo esqueceu.
Sou o balde que ao poço não desceu
sou sertão com fartura de mentira
mas sou teimoso, sou um caipira
que enfrentou tanta seca e não morreu.
Sou forte como alicerce d'um prédio
sou eu que sempre invento meu remédio;
Só não voo... meu desafio é o chão.
Sou foice, sou facão, sou a colheita
sou esperança nesta vida rarefeita
feito o tempo a esperar outra estação.
Josérobertopalácio
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