SERTANEJO

Tal qual o boi que do rastro se perdeu,

tal qual a lenha sem fogo na caldeira,

sou gemido dolente da porteira

sou estória que o tempo esqueceu.

Sou o balde que ao poço não desceu

sou sertão com fartura de mentira

mas sou teimoso, sou um caipira

que enfrentou tanta seca e não morreu.

Sou forte como alicerce d'um prédio

sou eu que sempre invento meu remédio;

Só não voo... meu desafio é o chão.

Sou foice, sou facão, sou a colheita

sou esperança nesta vida rarefeita

feito o tempo a esperar outra estação.

Josérobertopalácio

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JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 09/03/2024
Reeditado em 09/03/2024
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