Está consumado

Eu vi brilhar o cume da promessa

no dia de Quatorze de Nisã.

A vida sobre a morte — a vida expressa

nos olhos de Jesus, o Talismã.

E como copiasse a chuva espessa

que desabou dos céus esta manhã,

em sua face a lágrima confessa

ter consumado a compaixão cristã.

Eu vi. Eu era o prego e era o madeiro.

E estava, como estava o mundo inteiro,

cravando em sua carne cada espinho.

E quando o grande amor foi consumado,

eu vi aquele corpo pendurado,

por toda a raça humana, mas sozinho.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 29/03/2024
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