Alvorada de Domingo

na alvorada que o domingo acende

esconde-se a constelação vazia

desperta o mundo à luz do triste dia

a Terra geme, ao que o céu compreende

ao turvo vento a inspiração se rende

e o peito clama pela poesia

e o coração tece em melancolia

versos de dor que só o Mestre entende

que me dê, Cristo, vosso sofrimento

que a caneta pese como a cruz,

que pertencia-me em todo momento

que dê-me a pena a que eu faço jus

que meu soneto evoque o sentimento

que me constrange olhando pra Jesus.