Trespassa-me inteiramente a amargura

Nesta tarde pachorrenta e sem cor...

A paisagem gris esmalta de dor

A anarquia onde o mundo figura!

 

E a minha lira que exalava o amor,

Que exaltava a ternura, agora augura

O fim dos tempos, a triste moldura

Do quadro egoísta do desamor!

 

Por isso me quedo assim pensativo,

Rogando ao Céu retorno ao mundo antigo,

Em lágrimas e promessas sem fim!

 

Elas chegam d! Alma, bem lá do fundo,

Vêm da luz do escaninho mais profundo,

Trazendo um lume de esperança em mim!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 13/04/2024
Código do texto: T8040669
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