A FERA

Na noite escura, ele busca um amor ardente,

Apenas pelo fútil interesse da ambição.

Damas de índole volátil e duvidosa, carentes,

O predador insaciável, mestre da sedução.

Engana inocentes com promessas de ouro rutilante,

E domina as experientes, que se rendem ao seu querer.

Seu corpo é banquete em mesas de brilhante,

Mas a ingratidão no festim lhe é dado a conhecer.

Corrompido por desejos insanos, sempre há de agir,

Alimentando-se de corpos putrefatos, sem pudor.

A vida cobra o preço por seus enganos a fruir.

A fera enjaulada, na treva, se vê a sofrer,

De dia, para os caçadores, ali confinada a dor.

Na escuridão fica, desencantada, a perecer.