Depois de muitos gestos de carinho

Depois de muitos gestos de carinho

consigo ouvir da boca que me ferra

(assim ela se tapa e não berra)

um “Sim!” feito gemido de mansinho.

A mão, experiente, abre caminho…

A curva do joelho já passada,

a renda, em fina seda, ultrapassada,

segura, atinge enfim o seu destino.

Ferida que não fecha, receptiva

ao tacto deste dedo atrevido

que brinca divertido, descarado.

E ela colabora, mais activa…

Sussurra, indecorosa, ao meu ouvido

propostas que me deixam mais corado.