In Memoriam

Quase nada mais de nos dois me lembro,

Nenhum setembro, maio ou novembro.

Nenhum sorriso, mágoa, aliança,

Não há memória, quiçá esperança.

Há uma saudade da qual relembro.

Dói tanto que em cacos me desmembro

Uma dor forte, esmaga em pujança

A vontade de esquecer a sua dança.

Não há estrias, a dor alucina,

Para qual não existem livramentos.

Dói no massacre de nossos momentos

Não tê-la mulher, nem té-la menina.

Não há memórias, dores, só lamentos...

Eu aqui, enganando sentimentos.