Soneto de encontro e perdição

Por que me descobriste no abandono?

Por que, da solidão, tu me roubaste?

Minha voz, que era surda, animaste

Feriste Morfeu; mataste meu sono

Ouve agora meu estranho canto

Que não é santo e tampouco é puro

Absurdo, precipitado e duro...

Ouve agora meu urgente canto!

Não dormirei jamais do teu lado

Antes, juro, seguirei atento, aceso

Toda noite... A noite inteira...

Não quedarei, também, calado

Buscarei sempre a prosa, o verso

Toda noite... A noite inteira...

Chico Rosa
Enviado por Chico Rosa em 14/01/2008
Código do texto: T816390