Pensei ter encontrado a alma gémea

Pensei ter encontrado a alma gémea.

Foi pura ilusão, quase mentira!

E juro, pelo ar que se respira,

não via só em ti uma outra fêmea.

Prendi-me no sorriso inteligente,

nos gestos leves, simples, espartanos

na mente firme, recta, sem enganos,

no jeito que coravas de repente.

Sonhava com serões frente à lareira,

depois de mais um dia de canseira,

um livro de poemas numa mão.

Pousavas a cabeça em meu regaço,

despias junto a mim o teu cansaço,

guiavas-me, matreira, a outra mão.