A Sanha
Arde o desejo, carência e tormento
Suportando o outeiro a derreter ando
Por uma mulher que vou desejando
Sem alívio neste penar e sofrimento.
Quer-se alegar com fala e argumento
No gesto circunspeto vou morando
Com Eros e Tanatos vão se calando
No poder de Afrodite no açoitamento.
Não pretendo alcançar a deusa Hera
Porque esta detestável figura impera
No amor numa tempestade se iguala.
Numa espera incoerente que exala
O sentimento irregular que não fala
No desejo que tanto seca a fera.
DR DMITRI