Poesia Fútil
Escrevi meu último verso na areia.
Minha veia cética pulsa incapaz
De dar paz à máquina que ora campeia
Uma teia íntima que esta dor faz.
Mas o verso estúpido agora é lenda.
Numa tenda mágica espero a saída
De uma vida plástica, fútil emenda
Desta agenda mórbida e envelhecida.
Apagou-se a fábula em verso e praia...
Pela raia estática escorre uma luz
Que seduz a lâmina, fria cobaia
Que na vaia frívola, a sorte conduz
Corpos nus e sólidos, antes que caia
Outra saia tímida, tal nossa cruz.