SONETO DA CHUVA
Todas as gotas da chuva se unem
Em algum ponto de qualquer mar
Amam-se... Separam-se às nuvens
Voltam como estivessem a chorar...
Caem dispersas num rio, num deserto...
Parece então que tudo se desalinha
Um inevitável e imenso desacerto
Obriga cada qual prosseguir sozinha
Vai, pequenina, no seu rumo... Mansa...
Na ausência lhe dão justa importância
Passa umedecendo a semente da esperança...
Prossegue... Sem o mínimo de jactância
Destino... Bem longe... Onde a vista não alcança...
Reencontrar-se e parir de novo a abundância...