Borboletas no Olhar

Da liquidez da chuva nua e fria

E da brisa amuada eu vou zombando.

A partilhar com elas a algesia,

Eu roubo sem querer o cetro e o mando.

Qu’os passos perturbassem não queria

E à noite peço desculpas se ando,

No ermo dessa escuridão vazia,

Seu poder e seu trono maculando,

Mas me cansei da solidão vazia

De andar a balbuciar em campo aberto,

Sem fé, sem ilusão, sem companhia...

Trago borboletas no olhar, decerto,

E piso leve a não causar porfia

Co’esse silêncio em meu peito deserto.

Magmah
Enviado por Magmah em 29/03/2008
Reeditado em 11/04/2008
Código do texto: T922309
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