Noite insone... noite!
O soluço da noite é o acalento da alma virgem
Em sua viagem tresloucada pela vida insana,
Acompanhando o vídeo de si mesma, a imagem,
Prisioneira do corpo que a sabedoria inflama.
A solidão, fiel companheira no desvario dolente,
Na loucura de sua dor impugna com maestria
A face suave e plácida da água na corrente
E transforma o lamento e a angústia em poesia.
E os versos tecidos pelas lágrimas, no crepúsculo,
Uma a uma, em pingos roliços impregnados de sal
São como as contas de um rosário translúcido.
Na selvageria do dia-a-dia que rompe as fronteiras
Essa alma em sua candura de essência virginal
Rompe a barreira do som, da luz e de suas olheiras.