Noite insone... noite!

O soluço da noite é o acalento da alma virgem

Em sua viagem tresloucada pela vida insana,

Acompanhando o vídeo de si mesma, a imagem,

Prisioneira do corpo que a sabedoria inflama.

A solidão, fiel companheira no desvario dolente,

Na loucura de sua dor impugna com maestria

A face suave e plácida da água na corrente

E transforma o lamento e a angústia em poesia.

E os versos tecidos pelas lágrimas, no crepúsculo,

Uma a uma, em pingos roliços impregnados de sal

São como as contas de um rosário translúcido.

Na selvageria do dia-a-dia que rompe as fronteiras

Essa alma em sua candura de essência virginal

Rompe a barreira do som, da luz e de suas olheiras.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 01/04/2008
Reeditado em 01/04/2008
Código do texto: T927153