O Vozerio Carnal

O vozerio carnal, rude, inclemente

Com grita voraz, tolda-nos o alto Arno

Ígnea canção do regateante fauno

Vende ao desejo o nobre e o inocente.

É toda prece do prazer rangente

O caldal da volúpia, o doudo afago

Da lascívia ancestral em gozo mago

Que vai tecendo o capro alegremente

Que assim trona o prazer doce e fluente.

E unidos no desejo audaz, secreto

Os entes rodopiam no êxtase concreto

Vão espasmando no delírio lento

Até que se esqueça do celeste ideal

Em convulsa lama o ser mortal.