Por entre cercas...

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!

Casta candura, dona deste verso.

Sou tão inverso a ti, ávida cura,

Faço da jura a pedra que alicerço.

Vou pelas ruas, oh, tímida rosa,

Busco uma prosa, paro então e penso:

Sei que não venço e é trágica a tosa,

Nada formosa de um jardim imenso.

Sei do teu beijo a cor última, pois

Não há nós dois, ao menos não há mais.

Se outro há no cais, por mim, única sois,

Não há um depois se tudo é um jamais.

E nesses ais, morrer, ânsia que calha:

Perde-se a vida, ganha-se a batalha.

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Desafio Machadiano