A Carne e a Luz

Que a carne, cujo desejo une e seduz

Em nossos corações acenda divina luz

E o momento de ouro ecoe a prece

Do rito pagão que em flamas amanhece.

Sê bondosa, bela dama, que amor traduz

Em pompas de pomos redondos, o bem produz

Anjos divinos no coração, e a carne conhece

Então, dos lírios do verão a flor precoce.

Amemos sobre a palheta incerta dos anos

O amor consola a dor, apaga os desenganos

Ele sabe de cor a lição dos ecos celestiais

Unge teu corpo sacro em prece de ais,

Esculpe o amor a carne da musa soberana

E seu olhar ao gosto dos falos se inflama.