Estro sem dono

Mi’angústia desmente o início do outono,

Pois douram folhas nas copas mais cedo,

Vem essa brisa e areja o arvoredo,

Varre o cenário do seu abandono.

Morre o verão sem langor e sem sono,

Vãos dos desejos não são satisfeitos.

Há estranhas ânsias ardendo em meu peito,

Muso sem versos e um estro sem dono.

E lá no céu vejo a estrela, seu vulto

Por trás das nuvens se encobre dolente

Sinal que à noite se esconde e se abriga.

Ouço distante nas trevas que ausculto

O som do vento ecoando em mia mente,

Triste compasso, uma música antiga...

Magmah
Enviado por Magmah em 05/04/2008
Reeditado em 06/04/2008
Código do texto: T932353
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