Sono Deleitoso

Da noite o perfume afaga-me os sentidos

Suave brisa ante os delírios noturnos dança

Eu que da orgia abandonei as esperanças

E alberguei a lírica paz dos entes comovidos.

Talvez agora em seus hinos mais decaídos

Cante a orgia, dançarina de sensuais nuanças

Ou a escultura louca cavalgue as andanças

De um cavaleiro de dinheiros e brocados.

A mim cabe a calma clamorosa da vaga

Treva doce e cadente, o verso esculpido,

Aurora de veludo ou vingança de adaga.

O templo do alto amor me foi oferecido

Pelos filtros celestiais de oferecida maga

E durmo em seus braços a tempo falido.