Batom

Basta o tom de uma sorte sem graça

Que lhe faça voltar bem mais cedo,

Pra que o medo tão forte em pirraça,

Minha caça tornar algo azedo.

Qual brinquedo de vime ou de pano,

Sou engano que crê e acredita

Numa dita que rime o seu plano,

Puritano clichê que suscita.

Nesta escrita já torta e incerta,

A coberta me sobra este lado

Que é seu fado e a porta encoberta,

Não aberta à manobra do brado.

Meu pecado é o seu dom de beijar

E o meu ar ser calado em batom.

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Meus primeiros passos em "Cançao de amigo", Voz lírica feminina.