O Limite do Verbo

Ao som pomposo o verbo mente

Ornado de mil galas, decanta essências

Cravados no cerne mesmo das vivências

Como se fosse novela a vida latente

A pulsar, e o altanado verbo eloqüente

Um resumo das mais sutis experiências

Um retrato de lucidez e de demências

Em ritmo exato, rimado, cadente

Pode a estirpe de Vênus caber no medido

Porte do verso, e a pugilista sociedade?

O eterno escapa do instante aguerrido

O momento de ouro por harpas tangido

Não reflete o vasto mar da humanidade

Pago infindo de exuberante variedade.