Neva no amor

Sinto que minha alma arrefeceu;

Neva na soleira da minha porta…

Alva e branca e nela se escreveu,

o muito frio, que minha alma suporta.

A brancura dilúvio de pureza,

faz-me acabar num deserto bem triste.

Há frio em mim como na natureza;

Beijo molhado e frio, que em mim persiste.

Foi nesse beijo que tudo me deu,

como levou tudo que era meu…

O poema escrito quando nevou,

perdeu-se nas águas ao derreter,

eu e ela iremos esquecer;

Porque ao calor do sol… tudo acabou.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 10/04/2008
Código do texto: T939560