Esperança de Amor

Esperança de amor que me tens composto

Altivo quadro onde ridentes rosas

Incitam as auroras líricas, formosas...

E o bando dos corcéis sobre o luar de Agosto

Mata essa mágoa acerba, cujo desgosto

Fere a canção do caos, dura, extremosa,

Perfaz em benção a esfera dadivosa

Que entretém os amantes com suave gosto

Só de esperança e de deslumbre de beleza

É composta a mansão do lírico abandono

Que assim comove de esplendor a natureza

Mas a incerteza mata o tempo, traz o dano

E onde se supunha mais indômita correnteza

Mora um orgulho acerbo, desumano.