Os Jardins de Eva.

Fitava Eva indolente os seus jardins

Devaneando volúpias perfumosas

A alegre graça dos sobores afins

A professar sobre o divã das rosas.

Pagens, devotos carnais ou querubins

Enchendo o silêncio de ecos maviosos

Imitavam domadores langorosos

Servindo a fera com carícias e assins.

A bela espreguiçou sobre os despojos

E tão rica sofreu sua atroz miséria

Destino fatal dos seres desejosos.

Entre risos dados fácil fez-se séria

Toda essa paixão, homens sediciosos

Nem sempre vale paraísos amorosos.