Alea jacta est

Como arredondarei os meus quadrados?

Como tornarei curvas tantas quinas?

Como hei de adaptar-me, sobre esquinas,

reveladas, às moedas de três lados?

Onde a beleza está sem seu tributo?

Onde as seis faces místicas do dado

(em que a sã fortuna, em seus festins sado-

masoquistas) brilham além do luto?

Por que é que a vida não ocorre às cegas,

como num jogo adentro, entre os cassinos

e as catedrais lúbricas de Las Vegas?

Quem é que escreve, afinal, meus destinos,

se o quanto vejo é nada em face ao vento

que apara arestas...? onda...? movimento...?