quando me quero ver
convoco infinitos da natureza.
embrulho a terra, a água, o fogo e o ar.
observo o tempo até ele parar,
desde que começou com estranheza.
conjugo a fealdade e a beleza.
limpo as sensações sem as apagar.
grito por dor, amor ou por amar.
embalo a felicidade e a tristeza.
chamo a mim o mundo todo e inteiro
uno tudo o que é falso ou verdadeiro
e esvazio-me do que é só meu.
assim o que é só meu fica por fora,
todo o preconceito se foi embora
e já posso olhar o meu próprio eu.
braga, 28 de Janeiro de 2007
henrique cachetas