O Tesouro Amoroso

Amor uma alvorada na rosa dos anos

Esculpe de cálido orvalho e gesto ardente

Cuja manhã entre lírios sorri inocente

Sobre o pego do fel e os rudes desenganos

Desenha gestos brandos em cálices maganos

Expõe de louros o verbo eloqüente

Inunda de delírios a carne suavemente

Compõe a fresca luz dos líricos arcanos

Que não nos falte sua dádiva candente

Sua mansão de afetos tão ufanos

E gozos entre noites de corcéis soberanos

Que é o primor supremo entre a gente

O amor, cujo verso de eflúvio celeste

Rege a ventura dos destinos humanos.