TORMENTO
Alma inquieta, atormentada, quase louca,
Que procura intensamente pela tua boca;
E fazes questão de fugir sempre de mim,
Deixando-me dopado. Tormento sem fim.
Por que negas um carinho a quem te ama?
E tripudias maltratando essa pobre alma,
Que tem por único pecado amar demais;
E te querer apenas; teu amor e nada mais?
Por que negas a mim se não tens ninguém?
Sabes que esse nosso querer nos convém;
Por que me colocas nesta loucura infame?
Deixando-me em estertores tão delirantes;
Por que jogas um jogo, um jogo de instante,
E nega-me a brisa, a calmaria dos amantes?