Dores de Saudade

Na amargura repouso silente,
Mãos dadas à sarjeta ao meu redor.
Essa dor que invade minha mente,
Faz a morte parecer muito melhor.

Sua imagem sumirá da minha frente,
E na morte essa dor será pior.
Então vivo moribundo, demente,
Pois assim o meu sofrer se faz menor.

Mas creia, nessa dor há esperança,
Caminhando ao lado da agonia.
Nela muitas vezes sou criança,

A sonhar-te cheio de euforia.
Mas vêm a solidão e sua pujança,
Lembrar a triste dor que me angustia.