Soneto da Vigésima

O porto que me tem em solidão

na margem dos anos que passei

- Ai, quimera... besta que lutei,

com o mesmo falho e morto coração...

Pois em versos da mesma ilusão

temo que, em vosso céu, não irei.

Não creio que o bastante eu rezei

para me arrebatar para a salvação...

Não, amor de verso tolo e vil,

sou parte do antro servil

da magnífica era dos pecados eternos

Pois talho minha imagem nua

e na mesma imensidão da rua

os mesmos caminhos são incertos...

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 28/04/2008
Reeditado em 03/07/2008
Código do texto: T966343
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