JARDIM NO INVERNO

Amor? Ternura? ... Seria nó infinito?

Um tudo que não caberia mais na mão?

Não. Mas no fundo dos meus olhos deposito

essa dor em seu lugar no seu porão.

Tudo se vai, como as flores vão.

E dia após dia o perfume se perdeu

como inverno dentro do coração

na saudade morta que ao verde enegreceu.

À noite, o sol se põe sem encantar.

Os grilos cantam mas só me ouvem murmurar

que errei na ternura e no amor fui ignorante.

Também cortam o ar as notas de um violino.

Mas não é música, é só o canto de um felino

que fez das minhas rosas sua alcova delirante.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 04/05/2008
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T975199
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