Devaneio
O olhar repousa plácido no mar,
Suaviza os contornos da tua face.
Tu és criança e te pões a sonhar,
Como se a alma extasiada pairasse.
Queria ser a onda livre e forte,
Não receia e é plena a se estender,
Que vai e vem, e dança, e tem a sorte
De estar contigo e assistir teu prazer.
Queria ser a areia, tão sem senso,
Que se cala e se doa em cortesia;
Ser o sol, seu calor já tão intenso,
Que liberta e conduz tua alma ao ar.
Tantas vezes pensei como seria
Pousar no mesmo mar o meu olhar...