Enfado
Na minha consciência há muito zelo,
Jamais eu quis um deus que fosse triste.
Não há presença dele e por não vê-lo,
Eu não o creio e pra mim não existe.
Porque só sei andar só, eu vou indo,
E comigo sempre um sabor de ausência.
Um passo em falso, tropeço e é findo
O viço que era meu, perco a cadência.
Eu mantive esperanças que hoje somem,
Extingui sonhos que me sustentavam.
Procuro brasas acesas que domem
O que mias fraquezas d’alma ora cavam.
Disse o poeta: ser triste é ser homem.
Onde estão mias tristezas que restavam?