"Dom Casmurro" - Análise Do Livro

Romance publicado em 1900, talvez seja o mais conhecido romance de Machado de Assis. O livro tematiza o adultério sob a ótica de seu protagonista-narrador: Dom Casmurro/Bentinho. Narrado em primeira pessoa pelo protagonista, que conta a sua própria história a partir de um flash back da velhice para a adolescência.

Enredo:

Órfão de pai, Bento Santiago (Bentinho) cresceu num ambiente familiar muito carinhoso – tia Justina, tio Cosme, José Dias – recebendo todos os cuidados da mãe, dona Glória, que o destinara à vida sacerdotal devido a uma promessa.

É enviado para o seminário, entretanto, não tem vocação e, desde a infância, se vê envolvido com Capitu, menina que morava em uma casa vizinha a sua.

Quando adulto, após formar-se em Direito, casa-se com Capitu, após José Dias convencer a mãe a aceitar, mediante a ideia de enviar ao seminário um escravo em lugar do filho e, dessa forma, manter o compromisso assumido.

Inicialmente, o casal vive bem e Bentinho progride na profissão. Os dois mantêm uma estreita amizade com outro casal, Sancha e Escobar (este era amigo de Bentinho desde o tempo dos seminário). A vida segue seu curso. Nasce-lhe um filho, Ezequiel, que aos poucos, vai-se revelando capaz de imitar tudo, sobretudo Escobar.

Escobar morre afogado e, durante o seu enterro Bentinho observando a mulher, surpreende-a contemplando o cadáver de uma forma que ele interpreta como apaixonada. A partir deste episódio, o personagem se consome em ciúmes, dando início a uma crise no casamento. A partir de então, aos olhos de Bentinho, Ezequiel torna-se cada vez mais parecido com Escobar, o que o leva a certeza de que o menino não é seu filho.

Por fim, Bentinho, esmagado por um ciúme doentio, expulsa Capitu d casa, enviando-a para o estrangeiro com o filho. Os anos passam, sem que voltem a se ver, Capitu morre e Ezequiel, já rapaz, retorna ao Brasil. Para Bentinho, o filho se parece ainda mais com o antigo colega, dessa forma, é incapaz de suportar sua presença. Ezequiel, viaja e acaba morrendo no exterior.

Bentinho, velho, o Dom Casmurro, apelido que os vizinhos lhe deram, devido ao seu mau humor e solidão, resolve escrever um livro a fim de “atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência”.

Eugênio Gomes diz que a tendência predominantemente lírica, no Dom Casmurro criou um campo propício para repetidas intervenções da irrealidade e da fantasia. Naquilo que é verdadeiro há frequentemente a interferência daquilo que é sonho. Isso é patente no capítulo o “O Imperador”.

Em seus sonhos, Bentinho não se permite ser feliz. Imagina-se traído, vive isolado das pessoas que ama, e até mesmo não se acha capaz de ser amado, criando a ideia de que Capitu casa-se com ele por dinheiro.

Não se sabe se é traído realmente, demonstrando sua confusão, seus sonhos duvidosos.

ACADÊMICO
Enviado por ACADÊMICO em 16/01/2011
Reeditado em 22/01/2019
Código do texto: T2733391
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