UMA CRÔNICA SOBRE A CRÔNICA

Embora eu aprecie praticamente todos os gêneros literários, tenho preferência pelo gênero narrativo, em especial pela modalidade textual denominada CRÔNICA. Porque essa preferência pela crônica? Simples: porque ela traz consigo a narrativa informal – que é algo que gosto muito. Além do mais, quando bem escrita ela nos transmite um importante ou um interessante recado em poucas palavras, já que em geral é um texto breve. Este gênero permite ao cronista relatar algo ligado à vida cotidiana, algo que seja ou tenha sido notícia recente em jornais, revistas e televisão, por exemplo. Ou seja, a crônica deve relatar fatos verídicos, mas deve vir sempre enriquecida com o “toque pessoal” de quem a está escrevendo – inclusive com suas críticas e até mesmo com um leve toque de humor – o que eu acho fascinante. Às vezes o assunto nem é engraçado, mas quem sabe escrever uma boa crônica sempre encontra uma forma de criticar sutilmente, ironizando. Uma crônica, a meu ver deve ser escrita não a fim de chocar o leitor, mas fazê-lo refletir sobre detalhes ou até mesmo particularidades que ele talvez jamais tivesse pensado antes sobre tal assunto. Ou, após lê-la, talvez passe a ver aquela situação ali descrita e comentada sob um outro prisma, antes nunca imaginado. E o leitor gosta e termina sua leitura sorrindo, porque uma boa crônica geralmente é engraçada, gostosa de ler e com um desfecho surpreendente - que nem sempre é o "final feliz", ou aquele que o leitor esperava ler, mas nem por isso deixa de ser surpreendente.