SUTILEZAS...SENATORIAIS!

“NUM PAÍS, SÓ PODERÁ EXISTIR ORDEM, QUANDO CADA AUTORIDADE CONSTITUIDA SE ENCERRE NOS LIMITES QUE A LEI PRESCREVE!”

Esvoaçam as andorinhas sobre os arvoredos em bandos e com seus trinados em diapasão, suas asas esticam e se envergam ao sabor dos ventos sem se tocarem umas às outras, de quando em vez, algumas delas se amontoam em alguma árvore isolada, com o restante, em vôos rasantes, raspando às arestas da flora verdejante.

O desfilar da tarde, vai cedendo lugar ao anoitecer que se aproxima celeremente, pouco a pouco, os restantes pássaros vão pousando nos galhos livres, que ficam idênticos a uma colmeia de abelhas agitadas.

No amanhecer do dia seguinte, haverá um novo esvoaçar em demanda das árvores para destinos incertos à procura do acasalamento ou alimentos naturais, ficando as árvores à espera de novas visitas da passarada.

Numa outra parte, não muito distante, um bando de urubus navega um pouco abaixo das nuvens em vôos circulares e lentos, com alguns mergulhos de asas fechadas em direção do solo, ou mais próximo dele, em breves lances com retornos imediatos às alturas. Em determinado momento, como que obedecendo a um toque de corneta em parada militar, todos se dirigem ao chão, onde uma novilha acabara de dar os últimos estertores de agonia. Garras e bicos fortes dilaceram, rapidamente, o animal, para deleite daqueles abutres famintos, que só largarão àquele repasto quando chegarem aos ossos ou forem enxotados por seus predadores ou outros animais.

Em um outro sítio, também não muito distante, um bando de hienas devora uma carniça, ao mesmo tempo em que coloca em debandada uma outra facção de abutres que, das hienas, não mais se aproximarão receosos de suas ferocidade.

Um pouco abaixo, uma gazela e um cordeiro estão a pastar a gramínia verde, tomando, de quando em vez, alguns goles da água de um ribeiro, seus olhares são sempre furtivos para todos os lados com receio da presença de algum predador ou cobra venenosa nas proximidades.

A fauna e os pássaros, apesar dos seus predadores ou outros inimigos naturais, labutam no seu dia-a-dia, cada um conquistando seu espaço apenas o necessário para a sua sobrevivência. Somente o homem não se contenta com o estritamente necessário, passando a escamotear os bens materiais e até psicológicos e doutrinais de seus semelhantes, aos quais, despojam e sepultam na “cidade dos caixotes”, ou, os projetam para as periferias e até para a cidade dos “pés juntos“.

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À medida que o desenvolvimento foi se acentuando e as riquezas sendo acumuladas por alguns poucos amealhadores, descobriu-se a necessidade de haver uma segurança pública condizente com o progresso e os bens materiais em poder de alguns poucos. Bem como, uma legislação adequada a fazer valer os direitos, “ditos humanos”, em razão do direito ter virado peça de manobra ou de negociação, sempre partindo de cima para baixo, consignando-se que, o patamar muito das vezes é ocupado pelo mais poderoso ou o mais rico e nem sempre ali se encontrando a Justiça para ser distribuída eqüitativamente ou, pelo menos, coerente.

No milênio que se extinguiu, leis foram sendo elaboradas, a princípio com ações horizontais, pouco tempo depois, com umas tendo comandamento sobre outras até descobrirem uma que chamaram de constituição, que seria a carta maior, porém, mesmo assim, de tempos em tempos, as constituições eram sobrepujadas por outras com o mesmo título, contudo, pasmem! Nenhuma delas sendo inteiramente cumpridas como nelas estavam inseridos os seus títulos, capítulos e itens, simplesmente, trocava-se uma por outra mais atual para, ao final, também, não ser cumprida na íntegra, pelo menos quando em favor dos mais humildes e paupérrimos.

Com o evento da república, federalizou-se o parlamento de onde se destacou o senado para legislar em nosso nome por sermos os provedores dos senhores senadores, que, só alcançarão tal parlamento, se lá forem colocados por seus eleitores, dentre eles, este humilde “escritor“.

Atualmente, se não me engano, eles são em número de 81 senadores, numa média de três por estado da federação.

Obviamente, só um deles recebeu o meu voto, contudo, gostaria de ter elegido, pelo menos, 60 % deles!

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De umas cinco décadas para cá, comecei a tomar certa ojeriza pelos nomes pomposos que se têm dado a diversos estabelecimentos, instituições ou órgãos públicos, parecendo-me que, com isso, esteja havendo um mascaramento de camuflagem da verdadeira capacidade e realidade do objeto nomeado, dessa forma, dentre outros, cataloguei os seguinte:

Academias, aeroportos, balneário, bolsa de valores, cooperativa, drogaria, diplomata, educandários, comarca, catedrais, instituto, ordenança, palácio, parlamentar, paquiderme, pediatra, generalato, quilômetro, quântica, reservista, sitiar, simbiose, sigilo, supermercado, taberna, tarifa, cobertura, universal. E milhares de outros que, de há muito tempo, vem sendo difundidos, porém, na verdade, não exercem a atribuição estampada em suas fachadas nominativas e, se o fazem, são imediatamente desvirtuadas para interesses alheios à sua origem, senão, vejamos:

Em muitas academias não existe a cátedra correta e, às vezes, nem professores gabaritados; os aeroportos, na verdade, em sua maioria, são campos de pouso mal conservados; os balneários, em sua maioria, não passam de lagoas com alguns defeituosos brinquedos para folguedos diversos; a bolsa de valores quer ditar normas a nossa economia quando, na verdade, a mim, que não tenho ações, pouco me importa as suas flutuações; muitas cooperativas não cooperam com seus associados e, sim, com os seus diretores; alguns senadores e deputados, na maioria das vezes, esquecem sua nobre missão de representar-nos, por via de conseqüência, elaborar ou participar de leis que nos beneficie, preferindo votá-la com seu partido ou pares mesmo que discordem das mesmas; drogaria é o nome de fachada de meras farmácias que, ás vezes, nem a maioria dos remédios têm; muitos diplomatas o são por razões partidárias e não pela capacidade, não fosse isso muitas guerras e desentendimentos entre países não ocorreriam.

Paro por aqui mesmo! Dado ao fato de que, continuando, iria acabar por ofender muita gente e instituições, o que não é a minha pretensão, essa é apenas chamar à atenção para o exagero do preciosismo estampado em nomenclaturas que visam, tão somente, dar nomes de aparato suntuoso e magnífico a funções, às vezes, corriqueiras, fazendo com que o verdadeiro cerne da função ali estampada seja quase que esquecida ou praticada com parcimônia e não no seu apogeu a que foi preestabelecida.

Recentemente, passei a ser assinante de TV à cabo onde acabei por ficar assíduo aos programas da TV Senado no tocante ás reuniões dos senadores com seus discursos, muita das vezes, inflamados, entrecortados de apartes, outras vezes de intervenções que chegam quase ás raias da violência, mormente verbal, me deleitava com as falas de todos eles, talvez pelo fato de nunca ter conseguido falar em público, acredito que não seja timidez e sim uma força interna contrária, com a qual, não lutarei! Optando por aceitar-me como sou e não como os padrões externos o determinam, há séculos e séculos o mesmo ocorreu com “Moisés” a ponto de o Altíssimo ter que nomear outro para representá-lo no tocante a falar com o faraó.

No principio, a minha audiência era premiada com os discursos maravilhosos de Pedro Simon, Lauro Campos, Heloísa Helena, Antônio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e muitos outros, que deixo de declinar os nomes para não cometer injustiça.

Com a sucessão dos eventos, comecei a me contorcer no sofá, o que também deve estar acontecendo, nos céus, com Juscelino Kubstichek, Tancredo Neves, Rui Barbosa e muitos outros republicanos democratas, com a diferença de que, eles, sendo espíritos, não sofrem fisicamente num sofá e, sim, na essência de suas induções para nós, que insistimos em fazermos ”ouvidos de mercador” aos seus acenos sugestivos mentais. Dos discursos inflamados, a maioria passa a uma votação de “cartas marcadas” com prévia sapiência do resultado da votação, mesmo que ela venha nos onerar por demais, alguns chegam ao disparate de dizer:

“Não concordo com o voto que darei, mas sou obrigado a acompanhar a minha bancada ou aos meus pares!” esquecendo-se de que está votando em nosso nome, seus eleitores, ou, não.

Várias vezes, ouvi denúncias de crimes e contravenções serem apontadas, em voz alta e tom agressivo, senadores contra senadores, sem levarem em conta que as leis foram por eles votadas e aprovadas (ou por antecessores seus) para serem cumpridas, ou será que só nós estamos sujeitos ás sanções nelas explicitadas?

O que é mais degradante é o fato de um senador da república xingar o outro, todavia, chamando-o de excelência! Se o outro é excelência, quem está xingando está se posicionando igual ou abaixo do ofendido ao chamá-lo de “excelente”.

Quando brigo com a minha esposa ou com os meus filhos, às vezes há xingamentos recíprocos, porém, eles param imediatamente à chegada de qualquer visita, em razão de ter aprendido que “roupa suja se lava em casa”; os senhores senadores também devem ter conhecimento disso e, se continuam a esculhambar um ao outro, praticando, ou não, calúnia ou difamação, duas coisas são certas, primeiro, estão querendo “aparecer” para seus eleitores ou, pior, não dão a mínima para as leis que elaboraram nem para suas comissões ou seus decoros parlamentares, segundo, estão querendo ser arrebanhado ou arrebanhar os desafetos de seu oponente que se agregarão com ele.

É uma vergonha, para não dizer algo pior!

Na atualidade, quando vejo e ouço as reuniões do senado, os senhores e senhoras senadores fazem-me lembrar a fauna e os pássaros referenciados no início deste texto, e fico imaginando se o que votei nele é uma andorinha, urubu, hiena, cordeiro, gazela ou uma cobra venenosa. Isso em razão de que, em alguns dos casos, determinado senador passar, de repente, de andorinha a urubu, de urubu a hiena, de hiena a gazela, de gazela a cobra e de cobra a cordeiro.

HÁ EXCESSÕES?

CLARO E... INSOFISMÁVEL!

O mal não subsiste por si só, ele precisa da argamassa do bem para dar-lhe têmpera e consistência, assim como, fazê-lo destacar-se dos demais, se ele permanecer só “mal” não terá a mínima aceitação perante a opinião pública e cairá no descrédito, dessa forma, enquanto houver os senadores íntegros, os divergentes terão respaldo e escudos para continuarem suas maléficas ações.

—Então os bons e honestos senadores são os culpados da prevalência dos maus?

—Claro que não! É só lembrar que os maus, igualmente aos bons, são colocados naquele patamar por nós, desavisado e desinteressados eleitores!

—Somos nós, os culpados?

—Também não! A maioria dos eleitores não teve uma escola para ensinar-lhes a sociabilidade e a convivência pacífico com os entreveros da vida familiar ou social, assim, marginalizados, ao primeiro aceno de um “doutor” lhes prometendo alguma migalha, votam logo nele, bastando, às vezes, apenas um aperto de mão, um abraço, uma dentadura, um par de chinelos, ou, a alienação dos patrões interessados em proteger algum político.

A maioria dos nossos verdadeiros senadores, os íntegros! Vêm-se obrigados pelas contingências de momento a passarem por urubu, hiena ou cobra, na tentativa de defenderem os interesses de seus eleitores, no entanto, ao assim procederem, não se deixam enxovalhar ou conspurcar pelos maléficos, nem interessam em participar dos lucros fáceis ou degenerativos, apenas, camuflam suas aparências de cordeiros ou gazelas para angariarem votos de seus companheiros do senado para um fim nobre, o que é aceitável, uma vez que a própria bíblia sagrada faz alusão ao “feitor infiel” o elevando como ser humano previdente.

A convivência diária entre os senadores maus e bons só pode ajudar na recomposição do bem em direção de resultados mais concretos e justos, pouco a pouco, as arestas vão sendo aparadas com o mal levando a “pior” porque as suas jaças não serão amealhadas pelos bons. Contudo, as fagulhas do bem se inserirão no mau senador, queira ele ou não, sua própria jactância, egoísmo e orgulho não lhe permitirão desfazer da benesse por já estar acostumado a juntar tudo ao seu derredor como sendo de sua propriedade.

Anteriormente, erroneamente, aprendi e ouvi dizer que o anterior presidente do senado era um homem mau, entretanto, quando da eleição do novo presidente, o vi chorar lágrimas que achei verdadeiras em razão dos elogios que recebera de seus pares e até da oposição. Naquele momento, vi confirmada a minha versão, imediatamente acima referenciada (caso seja mesmo verdade a sua explosão de sentimentos lacrimejantes).

Sem querer desmerecer os meus irmãos indígenas, artistas, semi-analfabetos e outros, não se concebem um senado ou congresso, onde serão elaboradas leis que influirão por demais na vida da nação, composto por índio, como o caso do meu amigo “Juruna”, cantores, “Moacir Franco, Agnaldo Timóteo etc.. Essas pessoas são patrimônios da humanidade, contudo, nem por isso, deve-se considerá-las aptas a serem deputados ou senadores para legislarem, a razão é óbvia e a culpa não é delas e, sim, de quem as elegeram ou as apresentaram aos eleitores. Acredito baseado em seus gabaritos de honorabilidade, que nenhum dos nomeados quererão retornar ao parlamento”.

Numa democracia plena e irrestrita, é necessário o contencioso aplainando as cascas à procura do cerne condizente e esmerilado a ser apresentado como resultante do entendimento final plenamente harmônico.

O litígio tem que ser discutido na tribuna, em discursos amenos ou mais exaltado, contudo, o mesmo tem que fluir pelas corredeiras dos “rios da tolerância” em direção do “mar da legislação”, portanto, da tranqüilidade! Se ele assim não navegar, na certa ficará debatendo nas margens egocêntricas do “toma lá dá cá” ou “é dando que se recebe”, acabando por se emaranhar em redemoinhos de dejetos em mentes vazias de sabedoria e lotadas de ganância.

De quando em vez, a história registra a revolta dos prejudicados ou mesmo dos truculentos, quando armazenam as idéias, fecham as tribunas e fazem uma verdadeira faxina nos dejetos, os obrigando a alcançarem aos demais, só, que, não passarão pelo rio da tolerância nem chegarão ao mar da tranqüilidade.

Quando o congresso ou parlamento é fechado toda a nação fica muda e o seu destino fica incerto com as decisões sendo tomadas sem sua participação ou aquiescência, o que é... Lamentável!

É preferível sofrer na democracia a ser conduzido pela ditadura!

Na democracia, os erros do parlamento ou congresso têm o nosso respaldo e responsabilidades, por sermos os provedores dos senadores, deputados e governantes, querendo modificá-los, bastará votar certo!

Na ditadura é o contrário, os opressores nunca erram, nós é que erramos sozinhos e, sozinhos, temos que arcar com as conseqüências dos desmandos deles.

Bendito seja o senado federal! Mesmo tendo as suas mazelas, é o nosso amparo e proteção, o que nos dá alento à espera do discernimento abrangente a todos os cidadãos que, um dia, virá da tribuna senatorial, quando ela entender de elaborar os litígios e lapidar as sutilezas, aprimorando-as na direção do bem comum, não as deixando resvalar ou estagnar pelas margens do egoísmo ou da ambição orgulhosa e pessoal.

O senado é tal e qual um grande estádio futebolístico, da seguinte forma :

A população civil é a platéia heterogênea que fica lânguida ou espalhafatosa nas arquibancadas, cadeiras numeradas e “gerais”, assistindo às sessões;

O juiz é o presidente.

Os auxiliares anteriores bandeirinhas, fazem parte da “mesa” assessorando o presidente.

Os senhores senadores são os jogadores com suas bancadas sendo denominadas de guarda metas, zagueiros, laterais, meio de campo e atacantes, com os últimos mesclando-se com os apoiadores, centro avante e pontas; suas bases estão na platéia assistindo os seus trabalhos e torcendo por uma vitória que venha beneficiá-los regiamente e... Principalmente! .

A população militar e policial, sãos as guarnições que cuidam da ordem e da segurança:

A “Situação” é o time mais forte e, por via de conseqüência, o mais fraco é a “oposição”, muito embora, de quando em vez, a oposição logra êxito com a ajuda do “São Inesperado” e de parte das bancadas da situação.

Em iguais situações, poderíamos, igualmente, colocar a câmara dos deputados, pois, a platéia é a mesma!

O povo, desde a Antigüidade, quer pão e circo, nos últimos anos, ele só está tendo o circo com o pão sendo grassado pelo desemprego e falta de leis apropriadas para dar-lhes condição de uma subsistência mais farta e condizente.

SENHORES SENADORES:

Mais valioso do que o tratamento de excelência é o de ser alguém num país cheio de “ninguém”!

É chegada a hora da união dos senhores para fazerem uma assepsia generalizada visando uma grandiosa operação plástica plasmando por inteiro toda as artimanhas, sutilezas negativas, litígios e o contencioso improdutivo, garimpando o diamante perfeito do meio das areias e pedregulhos cheios de impurezas e jaças, para tanto, em harmonia de boa vontade sincera, fazer a extração jubilosa mandando-a pelas vertentes e rios da popularidade na direção do mar da tranqüilidade, tudo isso, sob os aplausos dos provedores: nós... Seus eleitores!

Essa mudança radical só ficará estagnada se não houver um primeiro passo coletivo, mesmo com a coletividade sendo mínima em relação a todo o conjunto, contudo, dando o exemplo honesto e comedido, ela terá a força de um tornado que lamberá às margens profanas e deletérias esmerilando o bem e o mal, porém, só levando com ela o bem para ser incorporado na direção da sociabilidade e dos prazeres da população que passará a ter novamente o “pão” e o “circo” numa união fraterna com visão clara e feliz de um futuro promissor.

Nunca fui político na verdadeira configuração do vocábulo, nunca estudei em bancos escolares a não ser o primário, sou extremamente tímido, porém, sou garbosamente um... EMPÍRICO! Diploma este recebido através da observação quase ióguica da maturidade que possuo e a de outros observados criteriosamente e cuidadosamente por mim.

Dessa forma, escrevi mais de treze volumosos livros de suspense policial, ficção estelar e poesias, além de vários textos, tendo-os bem guardados e inéditos em razão da timidez financeira que não me permite editá-los, e do desinteresse que vem grassando nossos conterrâneos, que deles tomaram conhecimento, limitando-se a vê-los através de um postigo que mal deu linha de visão às primeiras páginas.

O diploma empírico me dá a coragem intransferível de tentar ajudar os meus amigos senadores, dando-lhes ás seguintes opiniões:

a)- Lavem a “roupa suja” reservadamente e no círculo de suas bancadas ou na dos outros colegas, contudo, se tiverem que fazê-lo da tribuna, pelo menos, não chame o opositor de “excelência” quando lhe imputar um delito ou ofendê-lo, isso é, no mínimo, hipocrisia ! Soando para mim tal e qual um policial ao algemar um perigoso criminoso chamá-lo de “senhor ladrão, estuprador ou assassino”!

b)- Recusem votar coisas banais como liberações de emissoras de rádios comunitárias que só serão ouvidas (se conseguirem transmitir) numa pequena área na imensidão dessa nação, e outras contingências análogas, num prejuízo de tempo e espaço para as causas maiores e mais produtivas para o funcionamento ideal do país que é tão carente de soluções para seus impasses sempre emergentes;

c)- Façam uma lei em que as comissões parlamentares de inquérito(CPIs) tenham o acompanhamento e participação ativa dum representante do ministério público e da defensoria, para, ao final, sair uma denúncia ( ou não), dando, dessa forma, condições do outro poder, o judiciário, prosseguir visando uma sentença que venha fechar com “chave de ouro” os trabalhos da comissão;

d)- Providenciem uma comissão de notáveis de alto saber jurídico para ser feita uma verdadeira faxina revisional em todas as leis vigentes brasileiras com a intenção primeira e única de juntá-las o mais possível no menor número aceitável e funcional, pelos motivos seguintes:

d.1- Se as constituições nunca foram integralmente cumpridas e, pior! de cima para baixo , muito mais estão sendo descumpridas (ou ignoradas) às leis existentes e em pleno vigor. Há tantas leis e determinações neste país que ouso dizer que elas não caberiam em muitas bibliotecas, e a sua maioria só é lida tal e qual o fazemos ante um dicionário à procura apenas de um sinônimo, item ou capítulo. Não sei por qual razão desmembraram leis de trânsito, menores, tóxicos, contrabando, armas, e muitas outras, do nosso já senil código penal, que, também, nunca foi lido ou cumprido na íntegra, dessa forma, muitas outras leis poderiam estar reunidas num só “compêndio”, o que facilitaria, por demais, o manuseio e as soluções dos eventos em lide e em foco;

d.3- Quanto mais leis existir mais e mais serão as sutilezas escamoteadas para os escaninhos de nichos corrosivos com as “fauces” sempre abertas para esconderem a verdade e evitar ás sanções previstas por elas, dessa forma, facilitando o infrator com duplo prejuízo para a vítima.

e)- Dar um maior valor para a tribuna não permitindo que ela seja ocupada para comunicações, sessões não deliberativas e “falas” que nenhum (ou quase nenhum) interesse tenha para a coletividade e para as soluções dos problemas pátrios : já vi a tribuna ser usada para comunicações de fatos tão fúteis que dá até sono ouvir o orador, isso, em detrimento de suma importância para o desenrolar dos eventos realmente necessários de serem explicitados e solucionados , de quando em vez, os oradores me parecem mais um transmissor de noticiais já amplamente divulgadas pelos meios de comunicações, e o senado não é uma redação e, sim, uma casa gestora das leis que, se bem elaboradas e praticadas corretamente, por si só, seriam um estanque de muitas noticias alarmantes do nosso noticiário diário.

f)- Exemplificar-se no vestuário da magistratura e padronizar uma roupa uniforme para todos os senadores quando em seção que seja transmitida para a população, evitando, dessa forma, que uns senadores (ou senadoras) se apresentem com roupas impecáveis e cobertos de jóias, enquanto outros, por várias razões, são vistos com vestimentas díspares em relação aos primeiros. Minha opinião é que a roupa seja branca, parodiando o vocábulo “candidato” que vem do latim “candidatum” e quer dizer “homem de branco”.

g)- Quando forem votar uma lei que tenha interesse precípuo para a população e até para a humanidade, esqueçam por completo os seus partidos e bancadas e atuem no interesse público, não importando a orientação recebida de suas agremiações, lembrem-se que as cúpulas dos partidos não os elegeram e nem teriam votos para tal, isso, só ocorreu pelo manancial de votos de seus eleitores que ficam na expectativa da lei que os beneficiará e, dia chegará em que esses eleitores, desiludidos ! os trocarão por outros seus legítimos representantes.

h)- Elaborem uma lei em que os três poderes da república, pelo menos uma vez por mês, sejam reunidos para uma troca de pareceres, sugestões e entendimentos responsáveis e íntegros, com a finalidade do crescimento em todos os níveis da verdadeira democracia e liberdade com responsabilidade, assim procedendo, as seções resolveriam, ou tentariam resolver, casos como:

Saúde pública, segurança pública, desemprego, epidemias e endemias, agricultura, incentivos, inclusive culturais, nomeação de embaixadores e, muitos e muitos outros que só vão a pauta para serem ali esquecidos. Não venham me dizer que essa reunião é anticonstitucional e uma conjetura da minha parte, em razão da própria “Carta Magna” dizer que “os poderes são harmônicos entre si” dessa forma, não vejo disparidade entre harmonia e conjunção, pelo contrário, uma completa e justifica outra.

i)- Promulgar uma lei que vise a junção de deputados federais e senadores num só congresso com um só parlamento para a elaboração das leis prementes e realmente necessárias a nos tirar do fundo do poço, não vejo a razão da existência de duas câmaras para o mesmo fim, isso só atrasa e acumula os trabalhos com os feitos indo e vindo e, de permeio, dormitando em escaninhos e gavetas de uma das câmaras por meses e anos, nessa junção poderia as denominações continuar como senadores e deputados ou, modificar os nomes diminuindo, em razão da mesclagem, o número dos representantes de cada Estado da federação. Essa mudança é justificada com o fato do poder executivo não ter divisões a não ser o secretariado bem como o judiciário a não ser as câmaras mais altas para os recursos, no caso de senadores e deputados, nenhum deles tem comandamento sobre o outro, o que dificulta ainda mais o escoamento das decisões visando ás elaborações das leis e similares.

Continuar com os meus palpites seria como chover no molhado ou gastar em letras todas as soluções plausíveis:

O que precisamos, sem sombras de dúvidas, é vontade política e honorabilidade em todas as castas da sociedade e de seus representantes.

Não é possível que um país que tem uma das maiores economias do mundo, tenha uma das piores distribuições de rendas e trabalho do planeta.

Querer que a minoria de cerca de dez por cento, devasse os seus bolsos em divisão, é como querer que os rios retornem às suas nascentes para purificarem-se dos dejetos e imundícies lhes jogadas no itinerário pelo homem ; se as duas opções não ocorrerem jamais, a solução será elaborar leis que venham a diluir as fortunas nos cofres da minoria, ao ponto dela fazer uma inundação irrefreável com o trasbordamento beneficiando os mais carentes:

Façam a fartura ocorrer, que ela própria fará a divisão justa e consecutiva!

Para terminar, devo dizer, plagiando (em parte) bons poetas:

“Os freios que sempre tive durante a minha vida foram necessários ao meu equilíbrio e maturidade, tive de amor a vida cheia prezado os bons valores, gravei as ofensas na areia e rabisquei nas pedras os pavores “

“Todo representante de eleitores que um bom discernimento não tiver é como um cego junto a um abismo sem um bordão sequer!”

“Trace seus rumos com carinho, pondo firmeza nos traços, que a retidão do caminho dará segurança a seus passos. se o desespero lhe atordoa, confie á prece o seu grito, que a prece em silêncio voa, e vai gritar no infinito ! “

(aa.)Sebastião Antônio Baracho

Fone (0xx31) 3846 6567.

conanbaracho@uol.com.br

Em tempo: Apesar de não ter diplomas ou medalhas, de três coisas não abro mão: Ser conterrâneo de Juscelino Kubstichek # Ter ganhado um prêmio na França, há anos, com o texto “Para francês ver”, que me rendeu uns míseros cinqüenta dólares, revistas e fitas cassetes, reafirmando (para eles) o que um presidente de lá dizia a nosso respeito: “o Brasil não é um país sério!” # Ser (ou penso ser) um dos autores desconhecidos do Juizado de Pequenas Causas, lei essa que, parece-me, ter derivado de um texto que mandei para o então presidente Color de Melo e ministra Zélia, conforme correspondência que recebi depois: ofício/CHG/ n. 205- Brasília, em 04/junho/ 1 991, firmado pela senhora Ivete Lund Viegas-chefe de Gabinete da Secretaria Federal de Assuntos Legislativos - MJ. Ed. Sede- sala 430- Esplanada dos Ministérios.

(BARACHO)

Sebastião Antônio Baracho Baracho
Enviado por Sebastião Antônio Baracho Baracho em 24/12/2006
Código do texto: T327004