História e Estoria

Conta o conto de quem conta o conto, conta uma história, ou um estória. Assim, não se sabe se o conto é uma história, ou uma estória, e no etnocentrismo da questão, só se sabe o que é real quem de real está no fato acontecido. Então o conto conta que um burro nunca chega a cavalo e um sábio nunca se torna escravo, pois o escravos são despossuídos de inteligência.

Em um tempo que o conto se passou, havia em uma enorme propriedades um ser que desprovidos de inteligência, mas herdeiro das terras dispensou seu sábio comandante ao escutar a reclamação de um burro. Conta que o sábio colocou um cavalo para comandar os burros durante a colheita e todos os dias pela manhã o cavalo pegava os cestos e colocava nas costas dos burros e imponentemente ia na frente conduzindo todos os burros até o local da colheita, ao chegar lá ele efetuava a colheita e colocava nas cestas que se encontravam nas costas dos burros, ao terminar de encher todas as cestas ele conduzia os burros de volta e descarrega as cestas cheias das costas dos burros. Mas, certo dia um dos burros chegou ao herdeiro e reclamou que não era justo que somente os burros fizessem o serviço pesado de carregar os cestos, enquanto os cavalos ficavam com a parte de menor esforço. Um dia o herdeiro levantou cedo e observou todo o trabalho e com pena dos pobres animais chamou a atenção de seu comandante, dizendo que o que ele estava fazendo era uma injustiça, pois em relação ao cavalo os burros eram menores e não ia mais permitir tamanha desigualdade, pois tinha pena dos burros. O comandante tentou argumentar, mas o herdeiro sem o mínimo de sabedoria, não deu ouvidos e mandou seu comandante embora, colocando um burro para comandar a colheita e os cavalos no lugar dos burros. No primeiro dia houve uma enorme confusão, os burros encarregados de colocar as cestas nas costas dos cavalos, não conseguiam devido a desproporção de tamanho. Irritados os burros mandaram os cavalos se ajoelharem para que eles enfim conseguissem colocar os cestos em suas costas. Feito isso partiram para a colheita, mas já muito tempo depois. Um dos burros imitou o cavalo e foi imponente na frente, mas se perdeu no caminho e depois de tantas voltas chegaram ao local. Contudo, houve outro problema, os burros não conseguiam encher os cestos, pois os cavalos eram mais altos que eles. Tarde voltaram para casa sem nada. Passaram vários meses e o herdeiro viu sua colheita se perder porque os burros não conseguiam fazer com perfeição as tarefas dos cavalos, que por sua vez os cavalos não tinham a força dos burros para carregarem o peso das cestas quando os burros as enchiam os fazendo ficar de joelhos.

Irritado com toda sua perda o herdeiro foi até as terras do lado onde encontrou o comandante que ele havia demitido, cuidando das terras de seu concorrente e viu que tudo por lá havia prosperado. Sem entender ele perguntou o porquê de tudo. Calmo e sábio seu ex-funcionário o levou até o meio das terras que ele cuidava, mostrou para ele os escravos plantando e trabalhando arduamente debaixo do sol. Por algum tempo ele mostrou tudo que se passava e disse: “Veja meu senhor tudo que se passa ao seu redor, os escravos que o senhor vê são pessoas sem sabedoria e desprovido de conhecimento, mas bem orientados trabalham cada um em sua função. Veja que os burros são animais de carga e os cavalos animais de prestação de serviços. Então, pela natureza da vida um burro nunca chega há um cavalo, e um homem sem sabedoria é escravo de sua própria ignorância, pois para se manterem vivos eles são escravos daqueles que sabem pensar. Na vida um ignorante pode ter tudo, mas sem sabedoria ele nunca terá nada, a não ser viver de mentiras...” José Meireles,Escritor e Professor de Sociologia

Jose Meireles
Enviado por Jose Meireles em 14/05/2014
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