Manifesto de poesia psiquista

Um novo tipo de viver poético deve ser criado pois todos os Movimentos passados (desde o Classicismo até as Tendências Contemporâneas) estavam errados em sua concepção de mundo. Isso aconteceu por todos acreditarem que o mundo é real. Erraram.

A poesia psiquista propõe uma nova concepção não só de literatura mas também de mundo. Reformule sua mente e abra espaço para a possibilidade de Aristóteles ter se enganado em relação ao mundo terreno por ter confiado em seus sentidos soberbamente. De fato, nossos sentidos mentem para nós todo dia...está mais do que na hora de nos ajustarmos a essas mentiras.

Esse movimento não é inteiramente novo. Se analisares todos os movimentos literários do Brasil perceberás esse fato. O Simbolismo foi um Psiquismo parcial que deu errado justamente por ter sido parcial. Os simbolistas valorizaram o mundo interno (atitude tipicamente psiquista) mas não perceberam que além do interno “não aguentar tinta” (como disse Machado de Assis em Dom Casmurro) o mundo externo é uma representação psíquica formada pelos nossos sentidos (como prega o livro O mundo como representação de Schopenhauer), além disso tudo, nossos sentidos mentem para a gente.

Apesar de profunda e obviamente materialista, Augusto dos Anjos foi psiquista (embora não no sentido clássico da palavra). Sua poesia é uma constante reflexão sobre o porquê do homem ser finito e como “o homem universal de amanhã” pode superar o “homem particular que eu outrora fui”, ou seja, como a vida da alma e/ou psique pode ultrapassar a vida da matéria. Em outras palavras, o questionamento de como o homem comum pode se tornar psiquista.

Chegamos ao Modernismo e ao ápice do que seria o Psiquismo dentro do passado em Fernando Pessoa. Gênio literário e divisor de águas para a literatura universal, exímio psiquista mesmo sem o saber. Seus heterônimos revolucionaram o que se entende por identidade, alma, poesia. Queremos fazer o mesmo!

Mas não sejamos tão obtusos a achar que o Psiquismo se resume a criação de heterônimos. O ato da criação heteronímica é o extremismo de um movimento que vai além disso: redescubra os seus sentidos e se pergunte o que eles escondam!

Então avante! Rumo a Realidade não nos revelada pelos sentidos mas pelo raciocínio dedutivo baseado em nenhuma verdade fora a de que não podemos chegar na última verdade!

Seja um poeta psiquista! Pense, leia e escreva!

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 19/07/2014
Código do texto: T4887581
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