Resenha - Sentimento do Mundo - Carlos Drummond de Andrade

Olá, pessoal. Neste post farei uma resenha, uma análise de uma das obras escolhidas pela Fuvest para a prova deste ano a fim de dar uma ajuda a quem irá prestar o vestibular. É importante frisar que, provavelmente, não cairão questões que se restrinjam aos temas abordados aqui. Esta resenha, no entanto, serve para conhecer melhor o contexto da obra e sua linha geral, para entender mais facilmente as questões selecionadas. É aconselhável que se tenha bons conhecimentos de história e geopolítica, pois a prova irá propor questões multidisciplinares.

Sentimento do Mundo, obra poética de Carlos Drummond de Andrade, foi publicada pela primeira vez em 1940. O ano em que estreou é importantíssimo, pois o contexto sócio-político, assim como o cultural, dão bastantes indicações sobre para onde a obra se envereda. Escrito na década de 30, início do século XX, Sentimento do Mundo abarca muitas questões que pairavam sobre a humanidade naquele tempo. Foi um período muito especial (no mau sentido) no mundo todo e no Brasil não foi diferente.

Contexto histórico

Vamos lembrar que a década de 20 representou um período de muita melancolia e falta de esperança. A Europa e a Ásia estavam arrasadas e emocionalmente fragilizadas pela Grande Guerra (como era conhecida a I Guerra Mundial até então). Doenças, fome, destruição, milhões de mortos e sequelados, revanchismo e humilhação eram palavras bem comuns nesses países. A economia no mundo todo patinava, com o baixíssimo consumo promovido pela miséria da guerra, o que levou ao Crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e a derrubada de um modelo econômico. A partir deste cenário, iniciam-se as ascensões dos partidos nacionalistas e de figuras de políticos que vendiam suas imagens como salvadores do povo. É a ascensão do Fascismo, como o começo de governos autoritários em países como a Espanha, Itália, Alemanha, Portugal, Japão e diversos outros pelo mundo, inclusive o Brasil.

Por aqui, a crise econômica do entre-guerras causou a diminuição do poderio econômico e, porventura, do poderio político, das oligarquias do "Café-com-Leite". Vários movimentos aproveitaram-se desse momento e ganharam força na contestação do governo federal, como o movimento tenentista e a marcha que culminou no golpe encabeçado por Getúlio Vargas. Assim, o Brasil estava oficialmente sob um governo autoritário de viés fascista.

O Modernismo

A Semana de Arte Moderna havia sido um sucesso e os artistas modernistas ganhavam cada vez mais popularidade e reconhecimento, aprofundando seus ideais artísticos. Em 1930 termina a chamada Primeira Fase do Modernismo brasileiro e inicia-se a Segunda. Drummond havia participado já da Primeira Fase divulgando os ideais e a produção modernistas concentrados em São Paulo, em seu estado natal, Minas Gerais. Agora, nesta Segunda Fase, o poeta se posicionará como um de seus maiores ícones.

A Segunda Fase Modernista buscará o envolvimento da produção artística com as questões sociais e humanas. Será uma arte que busca o engajamento político, demonstrando sua preocupação quanto à situação do homem moderno, envolvido com as desigualdades crescentes do capitalismo e a ascensão de governos autoritários e ideais higienistas. Esta Fase sofreu grande influência de princípios anarquistas e comunistas com a vinda para o Brasil de uma leva de europeus refugiando-se da Grande Guerra. Além disso, a Revolução Russa representou uma possibilidade de mudanças sociais, políticas e econômicas, dando início a uma polarização de posições que terá seu auge na Guerra Fria.

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