"Eu Preciso Dizer Que Te Amo"

"Eu Preciso Dizer Que Te Amo"

A lágrima toca-me a alma. Quanta saudade, quanta profundidade.

Fui ao mar, correr, respirar, suar,transpirar a sensibilidade que escondo na barba ainda curta. Meu peito afagava tantas lembranças, dessas pequenas da vida, que só os verdadeiros amantes sentem, onde o amor oculta uma calma tensa, um incomum meu, teu, seria nosso?

_ Não sei, não te conheço!

Isso desespera-me! Sem dor, mas no sufoco interminável, meses abafando um grito que quase chega a me endoidecer, "será que o amor é isso? será que o amor é assim?", depois de dividir-te ao meio, te parte... (Es uma beleza de meu ser), demarcada por um vale, impassível, irresoluto, próximo e longínquo, do qual percorro procurando sua menor escala, mas a cada momento alarga-se, perco-me em caminhos de areias parecendo espinho, pois a dor é no coração, o grito na alma, e uma solidão que vou guardando sem saber onde, como, porquê suportar... "Os poetas adoram uma tragédia", elas são um amor natural. A paixão nos dá uma força que até os aparentemente abatidos suportam um pouco mais.

Saudade, sensibilidade, (chocolate), tantos meses assim, (_ dai-me mais uma barra), comportando essa chama, esses luares, ganhando dos céus estrelas, cadentes em meu ser, pedindo meus desejos rapidamente e fervorosas, riscando a noite azul, sonhando e dormindo acordado, confinando herdades laboriosas, trabalhoso, difícil, que custa muito esforço, é como se fosse um sofrimento, mas é amor.

_ Meu coração pode estar me confundindo, enganando, mas até ver teus olhos não conseguirei esquecer-te. Aparece-me amor meu, não debandas pelo mundo, pelos vales, pelos mares...

O mar gelado, calmo, sem ti me chama, ao mergulho para afogar está "coisa que acontece no meu coração", como será o teu? O que sentes... Será que algo palpita aí dentro... Nossa, que silêncio terrível, eu não sei até quando eu vou aguentar, eu não sei até quando vou conseguir, quero manter vivo o desejo de viver, quero viver esse desejo, mas também quero recuperar todos meus sentidos, aliviar a mente e o corpo, restaurar minha paz espiritual, pois meu intelecto nunca esteve tão neutro e capaz de simplificar minhas sensações. Esse coração sem cruzar a Ipiranga com a São João, descalço nas areias do Rosa, sem calção, no deserto pós verão, só de cueca, pernas n'água e ar livre, vontade de banhar-se nu, sentir-se índio, tomado de líbido natural, num dos poucos momentos calmo desse meu dia.

Poesia, minha Aramaica saudade-de-outono, quando ei-de-ver-te, novamente, tu vences de todos os lados e não sinto-me perdedor, orgulhoso, tampouco com inveja, pelo contrário, é um prazer saber que vences, que não deves,que podes e deves de ir para onde queres, que lutas, vivendo lindamente com sua postura, coragem, atitude, garra que sinto em teu olhar, poder que vejo e sinto em distância neste teu corpo.

_ Tombas meu pequeno mundo e grande universo com teu simples toque.

Fazes em mim o viver, com um tom agudo, pesado, leve, pois Deus não dá um fardo do qual não possamos carregar, perdoe-me a indiferença, mas nunca serás "fardo", peso, exemplo de carga, é que o poeta já não consegue encontrar linguagem além de termos.

A paixão, o amor,, gostar realmente de uma pessoa, ainda mais quando a mesma não te conhece, só te deu uns olhares, transcorrendo no além do índico do atlântico, navegando minha alma de um amor que não sei mais o que é, sua validade, tempo, determinação, seu até quando, se a cada dia mais a amo.

Humberto Fonseca

Conheça: "Diário de Outono" de o texto foi extraído:

http://rarefeitosimbitubianos.blogspot.com.br/2013/06/serie-diario-de-outono-poesias-humberto.html

Humberto Fonseca
Enviado por Humberto Fonseca em 06/08/2015
Código do texto: T5337262
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