RESTOS

De certos amores que tive na vida,
ficaram estas marcas, enormes feridas,
e lágrimas tristes de mágoas passadas.

Escuto ao longe roncar a trovoada,
enquanto as aves vão em debandada
buscar o seu ninho, abrigo, carinho.

Quem dera eu tivesse um peito amigo,
para me abraçar e dividir comigo,
alegrias vazias e as graças sem graça.

Quisera esquecer-te, mandar-te embora,
porém não consigo, estás aqui agora...
Dizem que tudo passa, "você" nunca passa.