A CHACINA NO RIO DE JANEIRO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O BRASIL

Está sendo noticia em todos os grandes meios de comunicação a barbárie que ocorreu na manhã desta quinta-feira (07/04). Um homem munido de dois revólveres (um de calibre 32 e outro calibre 38) e muita munição entra em uma escola municipal no bairro Realengo, no Rio de Janeiro e sem motivo aparente vai de sala em sala disparando indistintamente contra crianças, professores ou quem estivesse em seu caminho. Ao final do massacre pratica suicídio, deixando o Brasil inteiro perplexo e uma carta vaga que não evidencia os motivos do crime.

O indivíduo, Wellington Menezes de Oliveira, foi estudante da escola e era segundo conhecidos, extremamente introvertido. Sempre calado e pouco sociável, não tinha muitos hobbies a não ser ficar navegando na internet. Na escola o mesmo quadro, não havia em seu histórico quaisquer indícios de que aquela criança se tornaria um criminoso capas de tamanha atrocidade.

Tem-se falado muito que este tipo de crime é incomum no Brasil, e de fato, nunca algo desta magnitude havia sido praticado em nosso país. É preciso que neste momento, depois de enxugadas às lágrimas de tristeza pelas vítimas, sejam pensadas formas para se evitar que tal tragédia se repita. Não é possível evitar que um crime ocorra, mas é plenamente realizável a adoção de práticas que diminuam suas chances de acontecerem.

O bolling vem sendo combatido nos últimos tempos, mas não se pode negar que ocorre desde muito antes de sua discussão. Suas conseqüências são claras: a vítima se exclui das demais crianças de modo que sua vida social fique cada vez menor. A condição humana vai se esvaindo. Cabem então a todos aqueles responsáveis pela educação do menor, os pais, professores, e amigos constatarem esses indícios e fazer com que esta situação não seja encarada como normal a ponto de a vítima não se sentir mais um ser humano dotado de direitos fundamentais como sua dignidade. É preciso deixar claro, até mesmo com simples gestos de gentileza como um bom dia, obrigado, que o convívio com os colegas pode ser saudável. O indivíduo que não se vê como sujeito de direito ao respeito, não poderá agir de outra maneira se não com desrespeito aos semelhantes

Outro ponto a ser analisado é o fácil acesso às armas de fogo no

Brasil. No caso em análise o criminoso possuía até mesmo um dispositivo chamado speed, que possibilitava uma recarga mais rápida de sua arma. Ficaram evidentes suas habilidades com os revolveres, porém obscura a forma como eles foram adquiridos. Não há sentido deixar a população com posse de armas, se a mesma não tem preparo para utilizá-las. Não são poucos os casos de acidentes domésticos. Nada mais correto que deixar somente com os órgãos responsáveis pela segurança da sociedade a posse destas armas de fogo, evitando com isso que o poder de coerção do Estado não seja eficaz, por encontrar uma força igualmente armada do outro lado.

É com muito pesar que se deva reconhecer que são estas e outras mais, algumas das posturas tomadas pela sociedade que indiretamente alimentam o ódio de certos indivíduos que se sentem a margem do mundo. Estamos diante da combinação perfeita; indivíduo excluído e com fácil acesso a armamento pesado. Essas mesmas pessoas não se percebendo como seres humanos não verão as demais em tal condição. Está no respeito à base de toda convivência, bem como a forma para fazer com que independente de qualquer coisa o indivíduo não se torne um animal.

Pedro Wellington Alves
Enviado por Pedro Wellington Alves em 09/04/2011
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