AUTO-RETRATO
Já falaram, do meu jeito:
- Meio bicho, meio flor.
Faz manha, perde o bom senso,
Contrariada... É um terror!
Mas tenho faro de bicho
E de longe o vento traz,
Terra molhada de chuva
Mesmo quando aqui não cai.
Sinto cheiro da esperança
Até quando não tem mais;
Mas é preciso mudança,
Para se chegar à Paz.
E quando cheiro de mato
Nas narinas se ventila,
A alma ganha o espaço
Viro de novo menina.
Menina com dor de amor
Que tem saudade e chora
Rimo até calor com dor,
Quando o amor vai embora.
E quando volta o carinho
Com cheiro bom de alvoradas
O verso brota sozinho,
Como as flores nas estradas.
E assim vão, flor e bicho
Na mansidão de um só passo,
Até que alguém, sem juízo,
Incendeia, mata o mato.
As garras então ocultas
E a flor sem os espinhos
Transformam-se, vão à luta,
Pela margem do caminho.
Mas a carícia nos olhos
A brisa põe em ação
Como a mansidão dos lagos,
Aquietando o coração.
Já falaram, do meu jeito:
- Meio bicho, meio flor.
Faz manha, perde o bom senso,
Contrariada... É um terror!
Mas tenho faro de bicho
E de longe o vento traz,
Terra molhada de chuva
Mesmo quando aqui não cai.
Sinto cheiro da esperança
Até quando não tem mais;
Mas é preciso mudança,
Para se chegar à Paz.
E quando cheiro de mato
Nas narinas se ventila,
A alma ganha o espaço
Viro de novo menina.
Menina com dor de amor
Que tem saudade e chora
Rimo até calor com dor,
Quando o amor vai embora.
E quando volta o carinho
Com cheiro bom de alvoradas
O verso brota sozinho,
Como as flores nas estradas.
E assim vão, flor e bicho
Na mansidão de um só passo,
Até que alguém, sem juízo,
Incendeia, mata o mato.
As garras então ocultas
E a flor sem os espinhos
Transformam-se, vão à luta,
Pela margem do caminho.
Mas a carícia nos olhos
A brisa põe em ação
Como a mansidão dos lagos,
Aquietando o coração.