DESABAFO

Venham a mim os que não devem,
Que andam na contramão
Dos credores impiedosos,
Dos donos da inflação.

Que se aproximem os bravos
Os guerreiros lutadores,
Daqueles que mal nos fazem,
Que corroem nossos valores.

Corrompem sem piedade,
Viciam nossas crianças,
A nossa dignidade,
Nossa paz, nossa esperança.

Venham a mim os que não sofrem
De solidão, desamor,
Os que cada vez mais pobres
Agarram-se seja em que for.

E vão cada vez mais fundo,
Nas agonias, na dor,
Nesse lamento profundo 
Que a enxurrada enterrou.

Brasília,DF
Registrado na Biblioteca Nacional